Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério da Economia, apesar de serem minoria no mercado de trabalho formal, as mulheres concentram quase dois terços (65,6%) da destruição líquida de vagas celetistas na pandemia. O saldo entre contratados e demitidos com carteira assinada entre março e setembro foi negativo em 897,2 mil vagas, dos quais 588,5 mil eram de mulheres.
Além de estarem saindo mais do mercado de trabalho, as mulheres também apresentam maior dificuldade de retornar. Em setembro ,o estoque de emprego feminino avançou apenas 1,1% em relação ao de junho, enquanto a recuperação masculina foi de 2,4%. Em 12 meses, a queda do estoque de empregos é de 3,7% para as mulheres e 1,3% para os homens.
As mulheres com crianças em casa foram ainda mais prejudicadas do que as sem crianças. O percentual de mulheres que convivem com crianças de até dez anos no lar e que não estavam empregadas no primeiro trimestre, mas conseguiram uma ocupação no trimestre seguinte, caiu para 4,5% neste ano, ante média de 13,5% entre 2017 e 2019.
Para Bruno Ottoni, pesquisador de iDados, elementos particulares da crise da covid, como o fechamento das escolas, sugeriam que o choque desigual para os sexos poderia ser ainda maior. “Isso pode aparecer com mais clareza nos dados do terceiro trimestre, quando houve uma retomada das atividades, mas as mulheres ainda ficaram meio ‘travadas’, porque as escolas não retornaram.”
Acesse a reportagem completa feita pelo Valor Econômico.