Atlas da Violência: Brasil registra mais de 65 mil homicídios em 2017

No dia 5 de junho, foi divulgado o Atlas da Violência 2019, produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.  Esse relatório ratifica a urgência de políticas públicas para frear e reduzir o número da violência no país. Os dados de 2017 registram 65.602 homicídios, atingindo o patamar de 31,6 homicídios por 100 mil habitantes.

Num país de dimensões continentais, houve uma acentuada disparidade entre as taxas de letalidade das federações: redução nos estados do Sudeste e Centro-oeste, estabilidade no Sul e crescimento significativo em alguns estados do Norte e Nordeste. O estado com maior crescimento no número de homicídios foi o Ceará; alta de 49,2%, um recorde histórico com 5433 mortes violentas intencionais.

No Acre, a variação foi de 42,1%, e um acumulado de 276,6% na década de 2007-2017. Associa-se este resultado à guerra por rotas de narcotráfico na região, que saem do Peru e da Bolívia, envolvendo 3 facções criminosas: Primeiro Comando da Capital (PCC), Comando Vermelho (CV), e o Bonde dos 13 (B13).

Os estados com maior redução na taxa de homicídios em 2017 foram Rondônia (-22%), Distrito Federal (-19,7%), e São Paulo (-4,9%).

Perfil das Vítimas

A desigualdade de raça/cor nas mortes violentas acentuou-se no Brasil na década de 2007 a 2017: a taxa de negros vítimas de homicídios aumentou em 33,1%, enquanto a de não negros sofreu um aumento de 3,3%. Em 2017, 75,5% das vítimas de homicídio eram pretas ou pardas. Homens jovens, negros, solteiros e com até 7 anos de estudo, representaram 59,1% dos homicídios. 

O crescimento dos homicídios femininos também recebe destaque neste relatório. Com 13 mulheres mortas por dia, totalizando 4.936 em 2017,  sendo 66% negras.

Além disso, o Atlas 2019 traz uma seção inédita sobre violência contra a população LGBTI+, em que 70% dos casos, os autores do crime são do sexo masculino, enquanto a maioria das vítimas é  homo ou bissexuais do sexo feminino.

Acesse aqui o relatório completo

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